terça-feira, 24 de novembro de 2009

NOVA ORTOGRAFIA: paraquedas, para-brisa, para-choque

Pela nova ortografia, a palavra paraquedas passa a ser escrita sem hífen. Já as palavras para-brisa, para-choque e para-lama mantêm o hífen. Ambas as formas perdem o acento diferencial no primeiro "a" de para. Isso acontece, porquê: - segundo a Base XV do Novo Acordo Ortográfico, "certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc."; - mas, em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares, nos quais permanece a noção de composição, emprega-se o hífen, como em: sócio-gerente, conta-gotas, arco-íris,guarda-chuva, para-brisa, para-choque e para-lama; - foi eliminado o acento gráfico "quando usado como diferencial em para, flexão do verbo parar, como em para-brisa, para-choque. Fonte: Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Base XV.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

DÚVIDAS FREQUENTES: Chamar ela X chamá-la

Na língua culta não se aceita a expressão chamar ela, embora seja a forma mais usada na língua informal. Se tiver que usar a língua culta, não se engane, escolha a expressão "chamá-la". Você deve estar pensando: por que rejeitar uma forma que é mais usada? Pela gramática normativa, a justificativa para essa rejeição está em dois pontos fundamentais: 1- o tipo do verbo; 2 - as funções dos pronomes. 1 - Alguns verbos, como por exemplo, amar, encontrar, comprar, chamar e ajudar pedem um complemento sem preposição. São os chamados verbos transitivos diretos, ou seja, ligam-se aos seus complementos sem a mediação de uma preposição (a, até, em, sobre, de, por, com...). 2 - O pronome ele (e variações), para funcionar como complemento de verbo, exerce a função de objeto indireto e é classificado como oblíquo tônico, ou seja, deve ser antecedido de uma preposição. Exemplos: João trouxe o livro para ela. O dinheiro foi entregue a eles. Por isso, não pode complementar verbos transitivos diretos. Portanto, o verbo chamar, como transitivo direto, não aceita o pronome ela como seu complemento. Neste caso, usa-se o pronome oblíquo átono a: chamá-la. Segundo a Nossa Gramática Completa SACCONI (2008, p.217), “na língua coloquial e despretensiosa do dia a dia do português do Brasil já se aceita também o uso do pronome ele (e variações) no lugar do oblíquo o (e variações), devido a sua ocorrência bastante frequente .” Ex.: O menino está passando mal; leve _ele_ pro hospital. O mesmo uso acontece em poemas e letras de música, pois neste caso existe o que se chama de “licença poética”. Observe a ocorrência desse pronome no trecho da música “Canção Para Ela”, de Leo Henkin, do grupo Papas da Língua: Ela _ era linda (sujeito) E eu amava _ ela _ (objeto direto) Eu não sei onde foi que eu errei Quanto mais eu penso _ nela _ (objeto indireto: em + ela) Mais eu fico sem ninguém _Ela _ me amava e eu amava _ ela_ (sujeito e objeto direto respectivamente) _Ela _ se chamava _ ela_” (idem)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

DÚVIDAS FREQUENTES:BUFÊ “A QUILO” ou “EM QUILO”?

Não fique na dúvida. Prefira o uso da expressão “a quilo”. Essa escolha está relacionada ao fato de as preposições "a" e "em" expressarem sentidos diferentes. A preposição "a" pode expressar “medida” (comprar a quilo, vender a metro); já a preposição "em" expressa “tempo” (durante, dentro de) ou “lugar” (estar em), dentre outros sentidos.* Essa relação de sentidos pode ser observada em contextos, como: O jantar será servido em bufê tradicional em 5 minutos. (lugar, tempo) Nas feiras-livres da cidade, as frutas são vendidas a quilo. (medida) Serviço de atendimento em domicílio. (lugar) No caso de “bufê a quilo”, a ideia implícita é a de "medida ( kg)”, usada para cobrança ou pagamento do serviço, mas não a de "lugar onde" é oferecido o serviço, por isso, usa-se a preposição "a". Quanto à escrita da palavra “bufê”, você pode escolher entre: - bufê, se preferir usar a palavra aportuguesada; ou - buffet, com a palavra francesa em itálico. * Com base na Nossa Gramática Completa Sacconi: teoria e prática, 9ª edição.