domingo, 27 de fevereiro de 2011

NOVA ORTOGRAFIA: "não" e "quase"

De acordo com as novas regras ortográficas, NÃO SE EMPREGA O HÍFEN com as palavras "não" e "quase", quando elas exercem função de prefixo.
Exemplos:
não agressão
não beligerante
não fumante
não violência
não participação
não periódico
quase delito
quase equilíbrio
quase domicílio

Fonte: O que muda com o NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO, de Evanildo Bechara, p. 58.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DÚVIDAS FREQUENTES: vírgula antes de "etc."

Há muitas regras que provocam discordância entre linguistas e gramáticos e entre eles próprios. Um exemplo disso é a pontuação diante de "etc.", a abreviatura da expressão latina et coetera, que significa "e outras coisas". Alguns afirmam que não se deve colocar uma vírgula antes dessa abreviatura, pois o "e" inicial dela seria o elemento de ligação com o último termo de uma sequência. Exemplo: Compram-se moedas antigas, selos, figurinhas etc. O gramático Pasquale Cipro Neto não a usa,nem o lexicógrafo Houaiss. Todavia, o uso da vírgura é abonado pela Academia Brasileira de Letras e por filólogos e gramáticos, como Aurélio, Celso Cunha e Bechara. Assim: Compram-se moedas antigas, selos, figurinhas, etc. Fonte: Dicionário de Dificuldades da Língua Porguesa, de Domingos Paschoal Cegalla.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

DÚVIDAS FREQUENTES: a palavra "mesmo"

NÃO SE USA "MESMO" para retomar uma pessoa, ou lugar, ou objeto citados em um texto ou discurso. A palavra "mesmo" empregada-se no sentido de "ele próprio". Exemplos: Foi João mesmo quem trouxe o cachorro para casa. (o próprio João) Quis comprar tudo sozinha. Agora ela mesma é que faça a documentação necessária.(ela própria) Quando saímos do hotel, nós mesmos tivemos que levar as bagagens até o carro. (nós próprios) Obs.: "mesmo" concorda em número e pessoa com o termo que acompanha. Portanto, estão errados os seguintes usos da palavra "mesmo": João foi ao supermercado. O mesmo trouxe muitas compras. A empresa contratou uma diretora com nova visão de mercado. A mesma iniciará suas atividades na próxima semana. Nestes últimos casos, pode-se substituir o referente (João, uma diretora) pelos pronomes ele, ela, ou fazer uma substituição vocabular, ou seja, fazer a troca por outra palavra equivalente, ou por uma característica desse referente. Exemplos: João foi ao supermercado. Ele (ou o gastador) trouxe muitas coisas. A empresa contratou uma diretora com nova visão de mercado. Ela (ou a novata) iniciará suas atividades na próxima semana. "Mesmo" também pode funcionar como pronome neutro em frases, como:
"Isso é o mesmo que lhe disse"
"O mesmo ouvi eu de você ontem" (= é a mesma coisa)
Fonte: Gramática Metódica da Língua Portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida, p. 185

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

NOVA ORTOGRAFIA: hífen nos encadeamentos vocabulares

Pelas regras do Novo Acordo Ortográfico, usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que, em sequência, formam não propriamente vocábulos (palavras), mas encadeamentos vocabulares. Exemplos:
a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade
a ponte Rio-Niterói
o percurso Lisboa-Coimbra-Porto
a ligação Angola-Moçambique
Emprega-se o hífen também nas combinações históricas ou mesmo ocasionais de topônimos (nomes geográficos).
Exemplos:
Austro-Hungria
Alsácia-Lorena
Angola-Brasil
Tóquio-Rio de Janeiro
Fonte: "O que muda com o Novo Acordo Ortográfico, de Evanildo Bechara.

DÚVIDAS FREQUENTES: "chapéus" e " pastéis"

Já aconteceu com você de ficar na dúvida se o plural de "chapéu" é "chapéis" ou "chapéus"? Veja por que só pode ser "chapéus". A formação do plural das palavras que nomeiam seres, ou seja, de substantivos simples, depende da terminação delas no singular.
- Quando terminam em "vogal" ou "ditongo" no singular, no plural, acrescenta-se "s". Exemplos:
mesa - mesas boné - bonés saci - sacis tinteiro - tinteiros urubu - urubus lei - leis chapéu - chapéus
- Quando terminam em "-al", "-el", "-ol" e "-ul", deve-se substituir, no plural, o "-l" por "-is". Exemplos:
animal - animais papel - papéis móvel - móveis
paul - pauis

Exceções: "mal", "real" (moeda), "cônsul" e seus derivados, que passam para "males", "réis", "cônsules" e "procônsules", "vice-cônsules"...

- Quando terminam em "-il", o plural depende da acentuação também: *** Se a palavra tiver a última sílaba tônica (oxítona), muda-se o

"-l" pelo "s". Exemplos:
barril - barris covil - covis funil - funis fuzil - fuzis
Observações: 1) existe o plural "brasis", quando se quer fazer referência a regiões brasileiras ou tipos de Brasil; 2) o plural "Prêmios Nobéis" só se usa no sentido figurado. Exemplo: Dois Prêmios Nobéis estão aí conversando animadamente. *** Se a palavra tiver a penúltima sílaba forte (paroxítona), substitui-se a terminação "-il" por "-eis". Exemplos:
fóssil - fósseis réptil - répteis
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NOVA ORTOGRAFIA: hífen em nomes geográficos

Como ficou o uso do hífen em palavras compostas que representam nomes geográficos, de acordo com a Nova Ortografia? De acordo com as novas regras ortográficas, deve-se empregar hífen:
  • nos nomes geográficos (topónimos/topônimos) compostos pelas formas "grão", "grão", por verbo, ou ligados por artigo, tais como:
Grã-Bretanha Grão-Pará Passa-Quatro Quebra-Dentes Traga-Mouro Baía de Todos-os-Santos Entre-os-Rios Trás-os-Montes
Observação: os demais nomes geográficos compostos escrevem-se sem hífen, ou seja, separados. Exemplos: Belo Horizonte, América do Sul, Cabo Verde, Castelo Branco. Vale lembrar que há duas exceções consagradas: Guiné-Bissau e Timor-Leste
  • nos adjetivos que se referem ao lugar onde se nasce, derivados de nomes geográficos compostos, tendo ou não elementos de ligação. Exemplos:
belo-horizontino juiz-forano mato-grossense mato-grossense-do-sul sul-americano norte-coreano são-cristovense são-luisense
Observação: "escreve-se com hífen indo-chinês, quando se referir à Índia e à China, ou aos indianos e chineses, diferentemente de indochinês (sem hífen), que se refere à Indochina. Da mesma forma centro-africano, com hífen, refere-se à região central da África, e centroafricano, sem hífen, refere-se à República Centroafricana." Fonte: "O que muda com o novo Acordo Ortográfico", Evanildo Bechara, Editora Nova Fronteira, 2008.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DÚVIDAS FREQUENTES: "traz" e "trás"

AS DIFERENÇAS ENTRE AS PALAVRAS "TRAZ" e "TRÁS" - "TRAZ" é uma flexão do verbo "TRAZER" (terceira pessoa do singular do Presente do Indicativo). A forma no plural é "trazem". Exemplos: Essa música me traz boas recordações. O carteiro sempre nos traz a correspondência em dia. - "TRÁS" é um advérbio que indica "posição". É uma palavra invariável, ou seja, não existe no plural. Significa depois de, após, atrás, detrás. Exemplo: Faça a volta por trás da casa e o surpreenda. Observações: - escrevem-se com"s" também: atrasar, atraso, traseira, detrás, atrás etc; - "trás" também pode ser preposição. Entretanto, como informa o gramático Luiz Antônio Sacconi, "no português contemporâneo, a preposição "trás" não se usa senão nas locuções adverbiais "para trás" e "por trás" (ficar para trás, chegar por trás) e na locução prepositiva "por trás de" (ficar por trás do muro). Além disso, o dicionário Houaiss registra que o termo "trás" também pode ser classificado como interjeição "usada para reproduzir o ruído de uma pancada".